Vista da Fábrica da Fratelli Vitta, Cidade do São Salvador da BAhia-Brasil
durante projeto Ruínas Processos criativos.
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Poéticas contemporâneas
A arte contemporânea é entendida como uma forma de aceitação, moldagem e corporificação de signos artísticos. Sua própria condição é o revelar, o emergir de ações continuas que transitem num processo. Nessa condição, a liberdade artística subjetivada problematiza toda noção de razão e entendimento ao campo das artes.
Seu ideário de tempo e espaço já não tange o representar, mas o acontecer. Assim, de uma forma mais aberta, ela possibilita sua isenção de lugar e tempo exigindo do participador, e portanto co-autor da obra, um condicionamento imersivo mais intenso e reflexivo.
A exemplo de suas várias vertentes, tendências e segmentos, tem-se como emblema primeiro a formação constante de leituras criativas de obras e está diretamente relacionada com o devir.
Nessa propensão ao devir, ao passageiro, ao contínuum, a utilização do corpo como premissa de exemplo artístico perpassa os liames da performance e da arte dramática trazendo para os ensejos contemporâneos novos propósitos de abdução de sentido.
No caso do uso de componentes dos mais diversos e híbridos na feição e suporte artístico, eles possuem a veemência de agir como uma deixa para o vinculo de novos valores para o campo das artes. Nesse exemplo, assamblagem, técnica mista, novos experimentos, colagem, etc. se misturam.
Uma outra condição da arte contemporânea se dá no campo da mensagem que tem a característica de ser aberta e estar diretamente relacionada com a variação poética, tornando visível o experimento artístico quando do uso conjunto com sua estrutura.
Questões de posse na arte contemporânea A discussão atual na contemporaneidade artística, longe de se tratar de emblemas teóricos e consequentemente, ideológicos e políticos, vinga no momento do estado de conectividade e interação da presença do outro no jogo artístico. Este é um dado importante quando se abstêm de tornar cúmplices os diversos trabalhos produzidos na Bahia em relação à esfera globalizante e já virtualizada das disciplinas artísticas. Entretanto, imersa na hibridação e no sincretismo cultural, a arte visa promulgar o processo, o meio, o sítio da permissividade interativa, onde a presença do público à partir das premissas do exemplo artístico em voga, desenvolve seus pareceres e questões de posse, formatando novos links e fabulações ao seu reino. Desta forma, não se trata mais de perceber o objeto artístico ou a imagem poética como imanente e ou transcendente à noção de autoria, mas, consubstanciá-la etérea e virgem no limiar de seu falo, pois seus valores encontram-se implícitos e explícitos na própria interface artística. Por essa via , nunca se consumiu tanta arte como hoje em dia. Compra-se, vende-se, troca-se, negocia-se arte. Marchands, curadores, artesãos, web-designers, publicitários, artistas ou não, transitam de cá pra lá com idéias e trabalhos, onde a diversidade e a pluralidade de exemplos em arte dão o tom da feição cultural na pós-modernidade. Denilson Conceição Santana, escritor e artista plástico. |
Artigo publicado em: www.expoart.com.br/artigos/?idt1=32
Texto editado tambem em Braille com uma ediçao.