Questões de posse na arte contemporânea


A discussão atual na contemporaneidade artística, longe de se tratar de emblemas teóricos e consequentemente, ideológicos e políticos, vinga no momento do estado de conectividade e interação da presença do outro no jogo artístico.
Este é um dado importante quando se abstêm de tornar cúmplices os diversos trabalhos produzidos na Bahia em relação à esfera globalizante e já virtualizada das disciplinas artísticas. Entretanto, imersa na hibridação e no sincretismo cultural, a arte visa promulgar o processo, o meio, o sítio da permissividade interativa, onde a presença do público à partir das premissas do exemplo artístico em voga, desenvolve seus pareceres e questões de posse, formatando novos links e fabulações ao seu reino.
Desta forma, não se trata mais de perceber o objeto artístico ou a imagem poética como imanente e ou transcendente à noção de autoria, mas, consubstanciá-la etérea e virgem no limiar de seu falo, pois seus valores encontram-se implícitos e explícitos na própria interface artística.
Por essa via , nunca se consumiu tanta arte como hoje em dia. Compra-se, vende-se, troca-se, negocia-se arte. Marchands, curadores, artesãos, web-designers, publicitários, artistas ou não, transitam de cá pra lá com idéias e trabalhos, onde a diversidade e a pluralidade de exemplos em arte dão o tom da feição cultural na pós-modernidade.

Denilson Conceição Santana, escritor e artista plástico.

Artigo publicado em: www.expoart.com.br/artigos/?idt1=32

Texto editado tambem em Braille com uma ediçao.